quinta-feira, 19 de junho de 2008

Vindo dos céus


É um Gibão de mãos brancas (Hylobates lar) e encontra-se no Sudeste asiático, nomeadamente, no Myanmar, na Tailândia, na Malásia, em Samatra e no Bornéu, em florestas tropicais húmidas de folha perene, florestas de monção de folha caduca e florestas de montanha, até aos 2500 metros de altitude.
Nesta espécie, em ambos os sexos, a face é negra e rodeada por uma franja de pêlos muito claros; as mãos e os pés estão cobertas por pêlos claros. Os gibões possuem várias características anatómicas que facilitam a sua ágil deslocação nas árvores, tais como: tronco com postura quase vertical; posição dos ombros que permite aos braços uma grande liberdade de movimentos em todas as direcções; braços fortes e muito compridos; articulações dos cotovelos com maior estabilidade, poder e velocidade de extensão do que as dos quadrúpedes; pulsos extremamente flexíveis; mãos esguias com dedos longos (exceptuando os polegares), que servem como “ganchos” para a suspensão do corpo nos ramos; pernas curtas, que exercem uma acção estabilizadora durante a deslocação; ausência de cauda.
É diurno, monogâmico e arbóreo. Desloca-se por braquiação (utilizando apenas os braços) preferencialmente no nível médio da copa das árvores. Raramente desce ao solo, no qual se movimenta em posição bípede. Usa também este modo de locomoção sobre troncos pouco inclinados. Vive em grupos familiares de 2 a 10 indivíduos, constituídos pelo casal e respectivos filhos. Os pares realizam duetos de vocalizações muito sonoras (“chamamentos altos”), cujos principais objectivos são a demarcação e defesa do território.
Alimenta-se de frutos carnudos, rebentos, folhas, flores, ovos e crias de aves, insectos, aranhas e pequenos mamíferos e pertence a uma espécie de baixo risco/quase ameaçada. Encontra-se ameaçada pela caça e pela destruição do habitat. A dimensão das populações diminuiu drasticamente no decorrer dos últimos anos.

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