sexta-feira, 28 de novembro de 2008

"Senhor de grande bico"


É um Colhereiro (Platalea leucorodia), uma ave pernalta da família dos Tresquiornitídeos, e é o único representante desta família (que inclui várias espécies de ibis) com presença regular em Portugal. Ave rara e inconfundível devido à forma do bico que lhe dá o nome, o Colhereiro está presente como nidificante na Europa, onde concentra três quartos da população mundial e enfrenta a crescente deterioração e perda do seu habitat. Com cerca de 80 a 90 cm de comprimento, 1,20 m de envergadura, pescoço e patas compridas e uma plumagem maioritariamente branca, o Colhereiro assemelha-se a uma Garça branca de grande dimensão. Apresenta, no entanto, pescoço e patas mais longas, plumagem de um tom branco creme e um bico inconfundível, comprido e terminando em forma de colher.
O bico é preto com a extremidade alaranjada na estação reprodutora; as patas são pretas.
Distribui-se de forma dispersa na Europa, principalmente nas regiões orientais, estando presente no Ocidente, mas ausente no Norte. Quase três quartos da população mundial nidificam na Europa (entre 5.000 e 9.000 casais), localizando-se os principais núcleos reprodutores na Rússia, Turquia, Hungria, Ucrânia, Países Baixos e Espanha. Em Portugal está presente no litoral sul do país como invernante, concentrando-se a maioria destas aves nos Estuários do Tejo e Sado, na Lagoa de Santo André e, principalmente, na Ria Formosa e Castro Marim.
Ocorre principalmente em zonas de clima quente, penetrando localmente em regiões temperadas. Ocupa zonas húmidas de baixa altitude e, de um modo geral, junto à costa, nomeadamente deltas de rios, estuários, lagoas e pauis. Os colhereiros necessitam, para se alimentar, de águas pouco profundas e de fundo lamacento. As colónias estabelecem-se em extensos caniçais, geralmente com arbustos e árvores, ou em ilhas, em locais seguros em relação à perturbação e a predadores terrestres.
O Colhereiro procura o alimento em águas pouco profundas, em geral até aos 30 cm de profundidade. Caminhando, muitas vezes em grupo, fazem passar o bico com movimentos ceifantes, na cadência dos seus passos, através das camadas fluidas de lama. Deste modo capturam animais que vivem na lama ou que ali se escondem, principalmente insectos e as suas larvas, incluindo Coleoptera, Odonata, Trichoptera, Orthoptera, Diptera e Hemiptera. Alimentam-se ainda de pequenos peixes, moluscos, crustáceos, rãs, répteis e algum material vegetal.
Esta espécie encontra-se em acentuado declínio no que respeita a mais de dois terços da sua população, embora se registe um actual aumento na Europa Ocidental. Em Portugal tem estatuto de vulnerável. A nível europeu encontra-se protegido pelas convenções de Cites.
As principais causas de declínio desta espécie são a perda de locais de nidificação e de alimentação, devido às drenagens, deterioração e perturbação das zonas húmidas. Outros factores de ameaça são a exploração de ovos e crias e a poluição dos corpos de água utilizados como áreas de alimentação.

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

"Descansando da brincadeira"


Ainda bebés, apenas 3 meses, mas pela sua aparência majestosa e imponente já são considerados os Reis dos Animais.
Na simbologia, o “Rei dos Animais”, representa a luz, a soberania e a coragem!
Talvez, mais do que qualquer outro animal o Leão sempre foi admirado pelo homem. Desde tempos imemoriais ele é considerado como um símbolo da justiça e da bravura.
É o Mambo e a Bambina, Leões gémeos (Panthera leo), os mais sociáveis dos felinos, mamíferos carnívoros crepusculares, ilustres habitante das savanas e regiões semidesérticas até 3 000 m de altitude do Continente Africano e Asiático. Têm grande massa muscular, em adultos atingirão 180 kg de peso, 1,80 m de comprimento, 60 cm de cauda e 1 m de altura. Com cabeça grande e larga, possuem orelhas curtas arredondadas, olhos dourados com pupila redonda, nariz triangular, no lábio superior que é fendido, possuem vibriças esbranquiçadas, cauda delgada terminada numa mancha negra, pelagem curta amarela ocre, patas providas de almofadas plantares, garras retrácteis, excelente visão e olfacto e apurada audição. Possuem mais de 500 músculos e mantêm o controle sobre todos. Sua espinha é bastante flexível, o que lhes permite subir às árvores com facilidade.
São temíveis predadores e caçam por emboscada (Girafas, Zebras Antílopes e outros ungulados), seu rugido é aterrador podendo ser ouvido a 3 km de distância, vivo em grupos comunitários e, normalmente, são as fêmeas que caçam para abastecer o bando. A sua esperança de vida é de 20 anos, embora em cativeiro aumente para 30 e pertencem a uma ESPÉCIE VULNERÁVEL, estimando-se que na natureza, existam menos de 200 000 exemplares da sua espécie.

"Brincadeira"


É o Cyro, um Tigres de Sumatra (Pantheras tigris) com 3 meses de idade e pertencem à espécie dos maiores e mais fortes de todos os felinos e nenhum outro combina tamanho, força e graciosidade como nele mas, ironicamente, pertence a uma espécie que será a 1ª dos grandes felinos a tornar-se EXTINTA se não houver uma consciencialização de preservação e um sério controle de caça, pois apenas existem cerca de 2 000 Tigres da sua espécie vivendo em liberdade. Mamífero carnívoro, solitário, territorial, em adulto terá cerca de 2 m de comprimento e mais 1 m de cauda, 1 m de altura e ultrapassará 250 kg de peso. O seu habitat original é Sumatra vivendo em florestas húmidas. Tem uma densa pelagem que tem como cor de fundo o amarelo acastanhado e listas negras, as quais, na sus cara, são como as impressões digitais dum Humano: não há 2 Tigres com o mesmo padrão de listas. As riscas alaranjadas e negras da sua pele são muito vistosas e são uma camuflagem perfeita na selva asiática. Ali, bem ao sol, confundem-se tão facilmente com a paisagem que pode atacar as suas presas sem ser visto por elas senão quando já é tarde para fugirem. Possuí fortes garras, dentes afiados e enfrenta todo e qualquer animal, incluindo o Homem, tem péssima visão mas excelente olfacto, corre e salta com rapidez e é um magnífico nadador, caça por emboscada e alimenta-se de herbívoros de médio e grande porte, chegando a arrastar Búfalos com mais de 900 kg de peso mas também aprecia serpentes e peixes. A sus esperança de vida é relativamente curta: 20 anos e se não forem tomadas medidas drásticas, a curto prazo, a sua soberba espécie, em breve, não será senão uma memória do que foi outrora o mais belo e imponente felino que existiu.


"Espalhafatosa"


Pássaro barulhento...
Espalhafatoso...
Nem precisa anunciar a sua chegada...
Pois sua exuberante beleza desperta a atenção...
É a Megally, uma Arara de fronte vermelha (Ara rubrogenys) de 9 anos de idade e encontra-se numa região muito restrita do Centro da Bolívia, na encosta leste da cordilheira andina. Vive em zonas áridas de montanha com vegetação arbustiva e em desfiladeiros e vales, entre 1100 e 2500 metros de altitude, com árvores de folha caduca e cactos.
Mede 55 cm de comprimento e pesa cerca de 1 kg, a plumagem é predominantemente verde, mas a fronte e a coroa têm cor vermelha (o que confere o nome vulgar à espécie). Existem ainda manchas vermelhas nas auriculares, nas coxas, na parte superior da dobra das asas (“ombro”) e na parte inferior das asas. As rémiges (penas da extremidade das asas) são azuis. A zona periocular (em torno dos olhos) e a base da mandíbula apresentam cor rosada, com pequenas penas negras, que formam um padrão estriado. As patas são zigodáctilas (tem dois dedos virados para a frente e dois dedos virados para trás) o que a auxilia na ascensão dos ramos e com os quais segura os alimentos.
Alimenta-se das sementes de algumas leguminosas e dos frutos de alguns cactos da sua área de distribuição, mas as fontes naturais de alimento são, muitas vezes, escassas, pelo que procura, frequentemente, as plantas de cultivo, como o milho.
A sua espécie está EM PERIGO DE EXTINÇÃO, pois tem sido perseguida pelos agricultores locais por ser considerada uma praga agrícola e ainda mais prejudicada pela destruição do seu habitat (desaparecimento da flora local causado pela exploração agro-pecuária), na sua já muito restrita área de distribuição. A população total em estado selvagem está, actualmente, estimada em menos de 4000 indivíduos, com tendência a decrescer.

"Pescaria"


É uma Garça da noite ou Goraz (Nycticorax nycticorax) membro da família Ardeidae com plumagem branca e azulada com 2 longas penas no alto da cabeça, 60 cm de comprimento e 800 g de peso. Possui olhos vermelhos, tarsos e pés robustos amarelados, tem origem subsariana mas, actualmente, com uma distribuição alargada a nível mundial, habita locais com abundante vegetação mas sempre na proximidade de cursos de água onde, pacientemente, com o seu bico negro e pontudo, fisga os peixes, crustáceos e anfíbios de que se alimento, mas também gosta como petisco, de insectos, invertebrados e crias de outras aves. Possui um voo laborioso e adopta sempre uma postura atarracada com a cabeça e o pescoço junto ao corpo, tanto em repouso como em voo. Os arrozais constituem um local de eleição para a sua espécie que actualmente, é muito abundante em Portugal.

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

"Esbelta e elegante"


É uma Garça branca (Egretta garzetta) de corpo esbelto e elegante e de plumagem branca. Pescoço longo, bico negro e comprido, pernas pretas e patas amarelas. Na altura da reprodução, apresenta, na sua plumagem nupcial, duas penas alongadas, com cerca de 20 cm, na parte de trás da cabeça. Extremamente silenciosa, raramente vocaliza fora das colónias onde emite um grito rouco. Ocorre em terrenos húmidos com águas pouco profundas, margens de rios e lagos, lagoas costeiras ou mesmo em zonas alagadas, arrozais e lameiros. Caminha e alimenta-se em águas pouco profundas. Seu voo tem batimento lento, poderoso e regular das asas com o pescoço retraído e as patas projectadas. Nidifica em colónias, sobre árvores ou no solo, sobre juncos e arbustos, geralmente em colónias mistas com outras garças. É o macho que fornece os materiais de construção do ninho à fêmea, que o fabrica com juncos e raminhos. A postura de 3 a 5 ovos azuis esverdeados são incubados por ambos os progenitores. Alimenta-se de peixe, rãs, insectos, crustáceos e insectos.

"Secando ao Sol"


É um Cormorão ou Corvo Marinho de faces brancas (Phalacrocorax carbo), ave de grande porte, de hábitos solitários, ocorre em todos os Continentes, à excepção do Sul Americano, onde habita zonas costeiras, áreas pantanosas e barragens. Mede 90 cm de comprimento e a sua envergadura de asas é de 1,50 m, sua plumagem é bicolor: preta com brilho esverdeado no dorso, asas e parte posterior do pescoço, branca na zona da face, garganta, peito e ventre. Possui um longo pescoço, bico alaranjado e encurvado na ponta, olhos verdes e a região periocular é amarela, o papo verde é uma das características distintivas da sua espécie. Alimenta-se de peixes que pesca em mergulho até 10 m de profundidade mas também consume anfíbios, crustáceos e moluscos. Após cada período de pesca, descansa com as asas abertas ao Sol de modo a secar as penas que não são impermeáveis.
Pertence a uma espécie que não está em vias de extinção mas que começa a estar ameaçada pela poluição e pela degradação do habitat e é um dos 11 000 indivíduos da sua espécie a viver em Portugal.

"Em busca do pequeno almoço ..."


… na foz do Rio Lis, é uma Garça real (Ardea cinerea), uma ave migratória de patas longas e pescoço muito comprido que termina num bico em forma de punhal com que fisga os peixinhos. Possui cabeça e pescoço esbranquiçados com manchas escuras, suas asas e dorso são cinzentos, mede perto de 1 m de comprimento, tem cerca de 2 m de envergadura de asas e pode ultrapassar 1,5 kg de peso. Em voo ou em repouso, é frequente recolher o pescoço em forma de "S". Ocorre em habitats de água doce pouco profunda, com arvoredo nas margens (rios, ribeiros, deltas, estuários, albufeiras, represas, lagoas, arrozais, canais e diques) e está distribuída desde o Norte de África até à Escandinávia. Alimenta-se de peixes, anfíbios, pequenos mamíferos, répteis, insectos, invertebrados e outras pequenas aves e a sua esperança de vida é de 25 anos.

"Recordista"


É um Fuselo ou Chalreta (Limosa lapponica), uma ave limícola da família Scolopacidae, que se reproduz na tundra e costas do Árctico sobretudo no Velho Mundo e que passa os invernos nas costas das regiões temperadas e tropicais do Velho Mundo. É uma ave recordista para o voo mais longo sem paragens bem como da viagem mais longa sem qualquer pausa para alimentação entre todos os animais: 11 570 km ao longo de uma rota do Alasca até à Nova Zelândia.
Uma espécie de pernas relativamente curtas do género Limosa. O seu comprimento total varia entre os 37 a 41 cm, com uma envergadura de asa entre 70 e 80 cm. Os machos são em média mais pequenos que as fêmeas; os machos pesam cerca de 300 g e as fêmeas cerca de 500 g. As aves adultas têm pernas com coloração azul cinza e um bico escuro muito comprido, com uma ligeira curvatura para cima e cor rosa na extremidade. O pescoço, peito e barriga apresentam-se com aparência vermelho tijolo durante a época de acasalamento e brancos no inverno, sendo o dorso pardo.
Distingue-se do Maçarico-de-bico-direito pela sua cauda listada em comparação com a cauda totalmente negra deste e pelas listas brancas que apresenta nas asas.
Migra em bandos para as costas ocidentais da Europa, África e Ásia meridional, Austrália e Nova Zelândia.
Recentemente (2007) um Fuselo tornou-se a ave que efectuou o mais longo voo sem paragens. Utilizando sistemas de posicionamento global, algumas aves foram seguidas desde a Nova Zelândia até ao Mar Amarelo. Segundo o Dr. Clive Minton (Australasian Wader Studies Group) a distância entre os dois locais é de 9 575 km, mas o percurso real efectuado pela ave foi de 11 026 km. Trata-se do mais longo voo sem paragens efectuado por qualquer ave. O voo demorou cerca de nove dias. Pelo menos outros três Fuselos parecem ter atingido o Mar Amarelo em voos sem paragens desde a Nova Zelândia.
Uma fêmea específica deste bando, alcunhada E7, continuou a voar desde o Mar Amarelo até ao Alasca e em 29 de Agosto de 2007 partiu do Alasca em direcção à Nova Zelândia, estabelecendo um novo recorde de voo sem paragens ao percorrer 11 570 km.

Símbolo mundial de fidelidade


Originários da China, são o Papyrus e a Papucha, um casal de Patos da ordem dos anseriformes e da família dos anatídeos, conhecidos como Patos Mandarins e, cientificamente, como Aix galericulata. Seu bico é coberto por uma pele fina e mole, rodeado por pequenas serrinhas que servem de peneira para os alimentos: elas fazem com que a água escorra e a comida fique presa na boca. Em algumas aves, essas serrinhas são tão duras que chegam a cortar alimentos, servindo até de dentes. Como todos os palmípedes, gostam muito de água. Três dos seus dedos são ligados pela membrana natatória e apenas um é livre, o que os ajuda a nadar perfeitamente. Acostumados a dormir em cima d'água, possuem as penas do corpo impermeáveis: nunca ficam molhadas porque a penugem forma uma espécie de couraça e no começo de cauda possuem um óleo que guardam numa glândula. Por isso, a sua resistência à água é ainda maior que a de outras aves em geral. Sabem que são uma das espécies mais bonitas de palmípedes e muito solicitada por criadores de aves ornamentais e são envolvidos por uma linda história de amor tendo ficado conhecidos como símbolo de fidelidade em todo o mundo, pois mesmo que os ponham rodeados de 1000 lindas Patinhas ou Patinhos, apenas querem quem elegeram como conjugue e será assim até que a morte os separe!